quarta-feira, 31 de agosto de 2011

(des)cartaz

Juntei minha paixão por cinema e a falta do que fazer (ou não) e fiz uns cartazes de filmes. Como aqui e acolá aparece uma galera fazendo uns cartazes minimalistas sobre filmes (veja aqui, aqui e aqui), resolvi fazer as minhas versões. Para não ficar no lugar comum, resolvi colocar uma frase mais marcante de cada filme como complemento para os símbolos e retirei o título das películas.













E aí? Consegue adivinhar que filmes são esses? Comente.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Crescer é pagar contas ou fazer parte de um Clube de café da manhã?


Tirando a teia de aranha do duplipensamentos. Faz tempo desde a última postagem, vamos lá.

Depois de muita insistência do meu amigo Sidin, resolvi alugar na locadora Bit Torrent um filme que todo mundo já deve ter visto na Sessão da Tarde: O clube dos Cinco, Breakfast Club no original. Ele é um filme de 1985 e ao contrário das roupas, músicas e clichês, muita coisa nele não é datada (violência doméstica, delinqüência juvenil, drogas, bulling) e cabem ainda nos dias de hoje.



Clube dos cinco mostra um sábado de detenção na escola de cinco alunos indisciplinados . Nenhum deles são amigos, na verdade, os cinco são estereótipos de toda escola norte americana dos anos 80: um marginal e um nerd, uma esquista caladona, um atleta e uma patricinha.
O filme começa sem você saber ao certo porque eles estão ali pagando detenção (sem contar, lógico, o marginal) e qual personagem você deve simpatizar pra seguir até o fim do filme. Tentei seguir o marginal , meio punk meio grunge, anarquista e porra louca, ele parecia ser o mais legal até se mostrar um verdadeiro delinqüente. Depois tentei seguir o nerd ( que por um acaso é o narrador no começo do filme), ele é fraco, desajeitado, meio engraçado,  inteligente e por fim, muito chato. Descartei de cara o atleta e a patricinha e fui pra menina estranha muda. Muito estranha. Não deu.
Os cinco vão passando o dia de detenção juntos em uma escola vazia sob a tutela de Sr. Vernon,um diretor  bastante blasé. Eles passam o dia brincando, dormindo, fumando maconha na biblioteca, fazendo pares românticos e dançando e cantando juntos à lá Footloose.

Porra de filme de merda hein? 

Seria se não tivesse uma baita carga dramática no meio dele. Quando você está prestes a se cansar dele, os personagens dão um salto na história e começam a contar porque estão ali. E cara, é emocionante a cena de confissão de cada um deles. Os cinco começam a conversar sobre os problemas familiares, o medo de crescer e todas as angústias de adolescente. Questionam juntos a sociedade, os valores e seus comportamentos. Sem querer dar spoilers (o que é sem noção. Não se dá spoilers de um filme com mais de 25 anos) o nerd teve que pagar detenção porque foi pego com um revolver no armário, o forte atleta está ali porque foi um medroso, um covarde. A estranha caladona foi detida porque só falava mentiras, a popular patricinha porque era insegura e o marginal porque no fim das contas queria ser amado. Confuso? Tanto quanto a sua cabeça na adolescência.
De alguma maneira, em algum momento do filme você simpatiza com algum dos personagens. Pra mim a trajetória deles é uma alegoria à transição entre a infância e a vida adulta. Cada um deles errou, pagaram e foram forçados a parar pra pensar no que fizeram (dia de detenção), confessaram suas falhas diante da sociedade (conversas entre eles) e seguiram com o peso de suas culpas e escolhas e um desejo sincero de mudança (planos que fizeram  para o primeiro dia de escola depois da detenção).

É bem o que diz a carta deixa pelo nerd ao diretor:

Caro Sr. Vernon, aceitamos o fato de que nós tivemos que sacrificar um sábado inteiro na detenção por tudo o que fizemos de errado ... e o que fizemos foi errado, mas acho que você está louco para nos fazer escrever este texto dizendo-lhe o que pensamos de nós mesmos. Que diferença faz pra você? Se nos enxerga como você deseja nos enxergar. Em os termos mais simples e com as definições mais convenientes. Você nos enxerga como um cérebro, um atleta, um caso perdido, uma princesa e um criminoso. Correto? Essa é a maneira que nós víamos, às sete horas desta manhã. Passamos por uma lavagem cerebral.

E eu aqui pensando que ser adulto era só pagar contas.

A trilha sonora é da banda Simple Minds com a música tema: Don't you forget about me